quinta-feira, 27 de abril de 2017

André Luiz

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André Luiz é o nome atribuído pelo médium e filantropo brasileiro Francisco Cândido Xavier a um dos espíritos mais frequentes em sua obra psicografada.

Algumas obras psicografadas atribuídas a André Luiz já foram adaptadas para o teatro, televisão e cinema; mais notoriamente o best-seller Nosso Lar, com um filme de sucesso lançado no Brasil em 2010.

André Luiz teria sido um médico em sua última encarnação e muitas das obras psicografadas atribuídas a ele possuem diversas informações biológicas complexas. Em artigo publicado na revista científica Neuroendocrinology Letters em 2013, cientistas compararam conhecimento médico recente com doze obras psicografadas por Chico Xavier atribuídas a André Luiz, identificando nelas várias informações corretas altamente complexas sobre a fisiologia da glândula pineal e que só puderam ser confirmadas cientificamente cerca de 60 anos após a publicação das obras. 

Os cientistas ressaltaram que o fato de que o médium possuía baixa escolaridade e não era envolvido no campo da saúde levanta questões profundas sobre as obras serem ou não fruto de comunicação espiritual.

Acerca da verdadeira identidade em vida da entidade espiritual, e considerando que vários pormenores nas obras de André Luiz foram preventivamente alterados (a pedido deste próprio espírito, segundo consta a biografia As Vidas de Chico Xavier),existem várias teorias no movimento espírita, associando o espíritos a diferentes personalidades históricas.

A versão mais aceita é que André Luiz teria sido o médico Carlos Chagas, que faleceu em 1934. Tal versão é confirmada pelo médium e médico Waldo Vieira,[4]que também possui obras psicografadas atribuídas a André Luiz, três delas psicografadas em parceria com Chico Xavier.

Carlos Chagas

Pais de Carlos Chagas, José Justiniano Chagas e 
Mariana Cândida Ribeiro de Castro Chagas.

Carlos Justiniano Ribeiro Chagas (Oliveira, 9 de julho de 1879 – Rio de Janeiro, 8 de novembro de 1934) foi um biólogo, médico sanitarista, cientista e bacteriologista brasileiro, que trabalhou como clínico e pesquisador. Atuante na saúde pública do Brasil, iniciou sua carreira no combate à malária. Destacou-se ao descobrir o protozoário Trypanosoma cruzi (cujo nome foi uma homenagem ao seu amigo Oswaldo Cruz) e a tripanossomíase americana, conhecida como doença de Chagas. Ele foi o primeiro e até os dias atuais permanece o único cientista na história da medicina a descrever completamente uma doença infecciosa: o patógeno, o vetor (Triatominae), os hospedeiros, as manifestações clínicas e a epidemiologia.

Foi diversas vezes laureado com prêmios de instituições do mundo inteiro, sendo as principais como membro honorário da Academia Brasileira de Medicina e doutor honoris causa da Universidade de Harvard e Universidade de Paris. Também trabalhou no combate à leptospirose e às doenças venéreas, além de ter sido o segundo diretor do Instituto Oswaldo Cruz. Formou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (atual UFRJ).

Carlos Justiniano Ribeiro Chagas nasceu no município de Oliveira, Minas Gerais, em 9 de julho de 1879, filho de José Justiniano Chagas e Mariana Cândida Ribeiro de Castro Chagas. O lugar de seu nascimento foi na Fazenda Bom Retiro, onde seus antepassados, de ascendência portuguesa, se enraizaram.

Seu pai, cafeicultor, morreu quando Chagas tinha quatro anos de idade, ficando a cargo de sua mãe a administração do cultivo de café e da criação dele e de seus outros quatro irmãos: Maria Rita, José (que morreu com três anos de idade), Marieta e Serafim. Eles vão morar em outra propriedade da família, a Fazenda Boa Vista, próxima a Juiz de Fora, também no estado de Minas Gerais.

Carlos Chagas, aos quatro anos de idade.

Em Oliveira, teve convivência direta com três tios maternos, Cícero, Olegário e Carlos. Os dois primeiros eram advogados formados em São Paulo e incentivaram o sobrinho a se dedicar aos estudos. Porém, o último, era formado em Medicina e organizou uma casa de saúde na cidade. As ações desse tio o influenciaram para seguir a carreira médica.

Aos oito anos de idade e já alfabetizado, foi matriculado no Colégio São Luís, dirigido por jesuítas, em Itu, interior de São Paulo, mas foge do internato em 1888, para ir ao encontro da mãe, em Juiz de Fora, ao saber que os escravos recém-libertados estariam depredando fazendas. A punição para essa fuga foi a expulsão de Chagas do Colégio pelos padres jesuítas.

Após encerrar os estudos secundários, Chagas ingressou no curso preparatório para a Escola de Minas de Ouro Preto por vontade de sua mãe, que gostaria de vê-lo formado em Engenharia. Aí, com a companhia de colegas do curso, aderiu a vida boêmia. Adoentado, em 1896, depois de reprovado nos exames, volta para Oliveira.

Durante o tempo de recuperação em sua cidade natal, seu tio Carlos fortaleceu a vontade de Chagas em ser médico e ajudou-o a vencer a barreira de sua mãe, que acabou aceitando a opção de seu filho. Seguiu então para São Paulo, para obter os diplomas básicos exigidos para matrícula no curso médico. Conseguindo tal certificado, em fevereiro de 1897, segue para o Rio de Janeiro a fim de entrar à Faculdade de Medicina.

Carlos Chagas e seus filhos, Evandro Chagas e Carlos Chagas Filho.

Aos 18 anos, passou a cursar a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro), onde este mesmo tio trabalhava, em abril de 1897. Tal faculdade vivia uma "revolução pasteuriana", pois havia adquirido as teses de Louis Pasteur e estava passando por um processo de renovação. Chagas, assim, também leva essas ideias adiante em seu trabalho. Ao longo do curso, dois professores exerceram grande influência em sua carreira:Miguel Couto, que apresentou a Chagas as noções e as práticas da clínica moderna e com quem passaria a ter uma estreita amizade; e Francisco Fajardo, que colocou Chagas no estudo de doenças tropicais, especialmente da malária, e que seria de grande importância para sua futura carreira. Assim, esses dois professores apresentaram os dois caminhos que se abriram para Chagas no decorrer de seu curso médico: a clínica e a pesquisa científica.

Concluído o curso, em 1902, para elaborar sua tese (pré-requisito para o exercício da medicina), dirigiu-se ao Instituto Soroterápico Federal, na fazenda de Manguinhos, levando uma carta de apresentação de seu professor, Miguel Couto, a Oswaldo Cruz, diretor do Instituto, onde teve seu primeiro contato com aquele que veio a trabalhar, ser seu grande mestre e tornar-se amigo.


Aceito e orientado por Oswaldo Cruz, Chagas começou a trabalhar no Instituto Soroterápico Federal (que após 1908 passou-se a chamar Instituto Oswaldo Cruz) e elege como tema de sua tese o ciclo evolutivo da malária na corrente sanguínea. Assim, em março de 1903, estava concluída a sua tese, o "Estudo Hematológico do Impaludismo" e em maio do mesmo ano terminou seus estudos. Oswaldo Cruz, que assumiu simultaneamente a direção de Manguinhos e a Diretoria Geral de Saúde Pública, nomeou Chagas como médico do instituto, cargo que foi recusado por preferir, em 1904 trabalhar como clínico no Hospital de Jurujuba, em Niterói. Nesse ano instalou seu laboratório particular no Rio de Janeiro e casou-se com Íris Lobo, que dessa união nasceriam seus dois filhos, Evandro (em 1905) e Carlos Filho (em 1910); ambos seguiriam a carreira médica do pai.

Devido à tese de doutorado sobre a malária, em 1901 foi recrutado por Cruz para missão de controlar a doença em Itatinga, interior de São Paulo, que atacava a maioria dos trabalhadores da Companhia Docas de Santos, que construía uma represa na região, causando a paralisação das obras. Assim, realizou a primeira ação bem-sucedida contra a malária no Brasil, colocando em prática procedimentos que mais tarde se tornariam corriqueiros nas outras campanhas.

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Segundo ele, para se impedir a propagação da doença em regiões em que não havia ações sistemáticas de saneamento, fazia-se necessário concentrar as medidas preventivas nos locais onde viviam os homens e os mosquitos infectados com o parasito da malária. Seguindo tal orientação, em cinco meses Chagas consegue debelar o surto da doença - fato que serviu de base para o efetivo combate à moléstia no mundo inteiro.

De volta ao Rio de Janeiro, Chagas continuou servindo a Diretoria Geral de Saúde Pública e, em 19 de março de 1906, transferiu-se para o Instituto Oswaldo Cruz. Foi solicitado, no ano seguinte, pela Diretoria Geral, a organizar o saneamento na Baixada Fluminense, onde estavam acontecendo obras para a captação e bombeamento de água para o Rio de Janeiro. Junto com Arthur Neiva, seguiu para Xerém, e os resultados positivos que conseguiu nessa obra confirmaram a sua teoria da infecção domiciliar da malária.

Morte

Carlos Chagas faleceu aos 55 anos de idade, na cidade do Rio de Janeiro. A causa de sua morte foi um infarto do miocárdio.

René Descartes

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René Descartes (La Haye en Touraine, 31 de março de 1596 – Estocolmo, 11 de fevereiro de 1650) foi um filósofo, físico e matemático francês.Durante a Idade Moderna, também era conhecido por seu nome latino Renatus Cartesius.


Notabilizou-se sobretudo por seu trabalho revolucionário na filosofia e na ciência, mas também obteve reconhecimento matemático por sugerir a fusão da álgebra com a geometria - fato que gerou a geometria analítica e o sistema de coordenadas que hoje leva o seu nome. Por fim, foi também uma das figuras-chave na Revolução Científica.

Descartes, por vezes chamado de "o fundador da filosofia moderna" e o "pai da matemática moderna", é considerado um dos pensadores mais importantes e influentes da História do Pensamento Ocidental. Inspirou contemporâneos e várias gerações de filósofos posteriores; boa parte da filosofia escrita a partir de então foi uma reação às suas obras ou a autores supostamente influenciados por ele. Muitos especialistas afirmam que, a partir de Descartes, inaugurou-se o racionalismo da Idade Moderna.

Décadas mais tarde, surgiria nas Ilhas Britânicas um movimento filosófico que, de certa forma, seria o seu oposto - o empirismo, com John Locke e David Hume.

Descartes é considerado o primeiro filósofo moderno. A sua contribuição à epistemologia é essencial, assim como às ciências naturais por ter estabelecido um método que ajudou no seu desenvolvimento. Descartes criou, em suas obras Discurso sobre o método e Meditações - a primeira escrita em francês, a segunda escrita em latim, língua tradicionalmente utilizada nos textos eruditos de sua época - as bases da ciência contemporânea.

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O método cartesiano consiste no ceticismo metodológico - que nada tem a ver com a atitude cética: duvida-se de cada ideia que não seja clara e distinta. Ao contrário dos gregos antigos e dos escolásticos, que acreditavam que as coisas existem simplesmente porque "precisam" existir, ou porque assim deve ser etc., Descartes instituiu a dúvida: só se pode dizer que existe aquilo que puder ser provado, sendo o ato de duvidar indubitável. Baseado nisso, Descartes busca provar a existência do próprio eu (que duvida: portanto, é sujeito de algo. Ego cogito ergo sum, "eu que penso, logo existo") e de Deus.

Também consiste o método de quatro regras básicas:

Verificar se existem evidências reais e indubitáveis acerca do fenômeno ou coisa estudada;
Analisar, ou seja, dividir ao máximo as coisas, em suas unidades mais simples e estudar essas coisas mais simples;
Sintetizar, ou seja, agrupar novamente as unidades estudadas em um todo verdadeiro;
Enumerar todas as conclusões e princípios utilizados, a fim de manter a ordem do pensamento.

Em relação à Ciência, Descartes desenvolveu uma filosofia que influenciou muitos, até ser superada pela metodologia de Newton. Ele sustentava, por exemplo, que o universo era pleno e não poderia haver vácuo. Acreditava que a matéria não possuía qualidades secundárias inerentes, mas apenas qualidades primárias de extensão e movimento.

Ele dividia a realidade em res cogitans (consciência, mente) e res extensa (matéria). Acreditava também que Deus criou o universo como um perfeito mecanismo de moção vertical e que funcionava deterministicamente sem intervenção desde então.

Matemáticos consideram Descartes muito importante por sua descoberta da geometria analítica. Antes de Descartes, a geometria e a álgebra apareciam como ramos completamente separados da matemática. Descartes mostrou como traduzir problemas de geometria para a álgebra, abordando esses problemas através de um sistema de coordenadas.

A teoria de Descartes forneceu a base para o cálculo de Isaac Newton e Gottfried Leibniz, e então, para muito da matemática moderna. Isso parece ainda mais incrível tendo em mente que esse trabalho foi intencionado apenas como um exemplo no seu "Discurso Sobre o Método".

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Segundo Descartes, o corpo é formado de matéria física e, por isso, tem propriedades comuns a qualquer matéria, como tamanho, peso e capacidade motora. Assim, as leis que regem a física, também regem o corpo humano. Incitando assim a separação do corpo de da alma.
eoria Cartesiana do sistema circulatório

Note-se que só a partir desta distinção entre o corpo e a alma é possível inferir propriedades do corpo humano a partir do estudo da anatomia animal. 

A partir desse ponto, Descartes explica o funcionamento do sistema sanguíneo e como chegou a suas conclusões : “Desejo dar aqui a explicação do movimento do coração e das artérias o qual, sendo o que mais geralmente se observa nos animais, se julgará mais facilmente o que se deve pensar dos outros e, a fim de termos menos dificuldades em compreender o que vou dizer, desejava que os não versados em anatomia se resolvessem, antes de ler, a colocar ante eles o coração de qualquer grande animal que tenha pulmões, porque ele é em tudo bastante semelhante ao do homem” (1, p. 47). “(...) desejo adverti-los que este movimento que acabo de explicar resulta necessária e somente da disposição dos órgãos que se podem observar a olho nu no coração, e do calor que lá se pode sentir com os dedos, e da natureza do sangue que se pode conhecer por experiências, da mesma maneira que o movimento de um relógio resulta da força, da situação e da forma dos seus contrapesos e das rodas”.

Observe-se que a teoria de Descartes, apesar de errada, é coerente com a nova visão mecanicista da natureza, como mostra a metáfora feita com o relógio. 

“A explicação cartesiana do corpo, considerado como máquina, necessita de um motor que possibilite todas as funções fisiológicas, e esse motor tem por base o fogo cardíaco que, por um processo semelhante à fermentação, faz com que o sangue entre em ebulição e distribua-se pelo corpo por meio das artérias. A defesa da fermentação, como estando na base do movimento do coração e do sangue, não sofre alteração ao longo da obra de Descartes”. Para Descartes, o batimento cardíaco era uma consequência do movimento do sangue e não a sua causa: o coração é obrigado a contrair-se quando não contém sangue; volta a inchar quando tem novamente sangue.



Obra 
Regras para a Direção do Espírito

Resultado de imagem para rené descartes Obra  Regras para a Direção do Espírito

Regras para a direção do espírito (originalmente em latim, Regulae ad directionem ingenii) é uma obra de René Descartes. Este trabalho delineou a base para seu trabalho posterior sobre problemas complexos de matemática, ciência e filosofia. 36 regras foram planejados no total, mas apenas 21 foram realmente escritas. Este trabalho não foi publicado durante a vida do autor. A tradução holandesa apareceu em 1684, e a primeira edição em latim em 1701.

Regras

I. O objetivo de nossos estudos deve ser o sentido da nossa mente para que ele possa formar juízos sólidos e verdadeiros sobre quaisquer questões que surgem.

II. Devemos nos ocupar apenas com os objetos que nossas capacidades intelectuais são mais competentes em saber com certeza e sem dúvidas.

III. No que se referir a qualquer assunto que nos propomos a investigar, devemos perguntar não o que as outras pessoas têm pensado, ou o que nós mesmos conjecturamos, mas o que podemos perceber clara e manifestamente por intuição ou deduzir com certeza. Porque não há outra forma de aquisição de conhecimento.

IV. O método é necessário para a procura da verdade.

V. O método consiste inteiramente na ordem e disposição dos objetos para que nossa visão mental seja dirigidas, se queremos descobrir qualquer verdade. Vamos cumpri-lo exatamente se reduzirmos as proposições obscuras envolvidos uma por uma para aqueles que são mais simples, e, em seguida, a partir da apreensão intuitiva de todas aquelas que são absolutamente simples, tentar ascender ao conhecimento de todas os outros por etapas precisamente semelhantes.

VI. A fim de separar o que é muito simples do que é complexo e para organizar esses assuntos de forma metódica, devemos, no caso de todas as séries em que se deduziram certos fatos uns pelos outros, perceber o que de fato é simples e para marcar o intervalo, maior, menor ou igual, que separa todos os outros com isso.

VII. Se quisermos nossa ciência para ser completa, os assuntos que promovam o fim que temos em vista uma obrigação e tudo ser examinado por um movimento de pensamento que é contínua e nada interrompido, mas também devem ser incluídos em uma enumeração que é simultaneamente adequada e metódica.

VIII. Se nas matérias a serem examinadas chegamos a uma etapa na série de que nosso entendimento não é suficientemente capaz de ter um conhecimento intuitivo, devemos parar nele. Não devemos fazer nenhuma tentativa de examinar o que se segue, portanto vamos nos poupar de trabalho supérfluo.

IX. Devemos dar toda a nossa atenção para os fatos mais insignificantes e mais facilmente dominados e permanecer um longo tempo na contemplação deles até que estejamos acostumados a ver sua verdade clara e distintamente.

X. Para que o espírito se torne perspicaz, devemos exercitá-lo em procurar o que já foi encontrados por outros, e percorrer metodicamente todas as artes ou ofícios dos homens, desde as menos importantes, mas sobretudo as que manifestam ou supõem ordem.

XI. Depois da intuição de algumas proposições simples, se delas tirarmos outra conclusão, convém percorrer as mesmas com o pensamento num movimento contínuo, nunca interrompido, refletir suas relações mútuas e conceber distintamente várias coisas ao mesmo tempo, tanto o quanto se puder; efetivamente, é assim que o nosso conhecimento se torna muito mais certo e se aumenta a capacidade de nossa mente.

XII. Finalmente, temos que utilizar todos os recursos do entendimento, da imaginação, dos sentidos e da memória, quer para termos uma intuição distinta das proposições simples, quer para estabelecermos, entre as coisas que se procuram e as conhecidas, uma ligação adequada que as permita ser reconhecidas, ou ainda para encontrar as coisas que entre si se devem comparar, a fim de se não omitir nenhum recurso da criação humana.

XIII. Se compreendermos perfeitamente uma questão, devemos abstraí-la de todo o conceito supérfluo, reduzi-la à maior simplicidade e dividi-la em partes tão pequenas quanto possível, enumerando cada uma delas.

XIV. A mesma regra deve aplicar-se à extensão real dos objetos e propor-se à imaginação com a ajuda de figuras puras e simples; será assim percebida muito mais distintamente pela compreensão.

XV. É sempre útil traçar estas figuras e apresentá-las aos sentidos externos, para que assim seja mais fácil conservar nosso pensamento atento.

XVI. O que não requer a atenção imediata da mente, embora necessário à conclusão, deve ser endereçado por notações muito breves em vez de figuras inteiras; assim a memória não poderá enganar-se nem o pensamento distrair-se enquanto, se aplica a outras deduções.

Doutor Bezerra de Menezes


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Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti (Riacho do Sangue, 29 de agosto de 1831 — Rio de Janeiro, 11 de abril de 1900), mais conhecido apenas como Bezerra de Menezes, foi um médico, militar, escritor, jornalista, político, filantropo e expoente da Doutrina Espírita. Conhecido também como O Médico dos Pobres.


Descendente de antiga família de ciganos fazendeiros de criação, ligada à política e ao militarismo na Província do Ceará, era filho de Antônio Bezerra de Menezes (tenente-coronel da Guarda Nacional) e de Fabiana de Jesus Maria Bezerra.


Em 1838, aos sete anos de idade, ingressou na escola pública da Vila do Frade (adjacente ao Riacho do Sangue, atual Jaguaretama) onde, em dez meses, aprendeu os princípios da educação elementar.


Em 1842, como consequência de perseguições políticas e dificuldades financeiras, a sua família mudou-se para a antiga vila de Maioridade (Serra do Martins), no Rio Grande do Norte, onde o jovem, então com onze anos de idade, foi matriculado na aula pública de latim. Após dois anos já substituía o professor em classe, em seus impedimentos.

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Em 1846, a família retornou à Província do Ceará, fixando residência na capital, Fortaleza. O jovem foi matriculado no Liceu do Ceará, onde concluiu os estudos preparatórios.


Em 1851, ano de falecimento de seu pai, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde, naquele mesmo ano, iniciou os estudos de Medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.


Em Novembro do ano seguinte, ingressou como residente no hospital da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Para prover os seus estudos, dava aulas particulares de filosofia e matemática.


Graduou-se em 1856, com a defesa da tese: "Diagnóstico do Cancro".Nesse ano, o Governo Imperial decretou a reforma do Corpo de Saúde do Exército Brasileiro, e nomeou para chefiá-lo, como Cirurgião-mor, o Dr. Manuel Feliciano Pereira Carvalho, seu antigo professor, que o convidou para trabalhar como seu assistente.


A 27 de abril de 1857 candidatou-se ao quadro de membros titulares da Academia Imperial de Medicina com a memória "Algumas considerações sobre o cancro, encarado pelo lado do seu tratamento". O acadêmico José Pereira Rego leu o parecer na sessão de 11 de maio, tendo a eleição transcorrido na de 18 de maio e a posse na de 1 de junho do mesmo ano.

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Em 1858 candidatou-se a uma vaga de lente substituto da Secção de Cirurgia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.Nesse ano saiu a sua nomeação oficial como assistente do Corpo de Saúde do Exército, no posto de Cirurgião-Tenente e, a 6 de novembro, desposou Maria Cândida de Lacerda, que viria a falecer de mal súbito em 24 de março de 1863, deixando-lhe dois filhos, um de três e outro de um ano de idade.


No período de 1859 a 1861 exerceu a função de redator dos Anais Brasilienses de Medicina, periódico da Academia Imperial de Medicina.


Em 1865 desposou, em segundas núpcias, Cândida Augusta de Lacerda Machado, irmã por parte de mãe de sua primeira esposa, e que cuidava de seus filhos até então, com quem teve mais sete filhos.

Por sua postura de médico caridoso, atendendo pessoas que necessitavam mas não podiam pagar, ficou conhecido como "O Médico dos Pobres".

É relatado em suas biografias o episódio que Bezerra doou o seu anel de grau em medicina a uma mãe para que comprasse os remédios de que seu filho precisava.

“ O médico verdadeiro é isto: não tem o direito de acabar a refeição, de escolher a hora, de inquirir se é longe ou perto... O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado e achar-se fatigado ou por ser alta à noite, mau o caminho e o tempo, ficar perto ou longe do morro; o que sobretudo pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem lhe chora à porta que procure outro - esse não é médico, é negociante da medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos da formatura.

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No final dos anos 1850, a Câmara Municipal do Município Neutro tinha como presidente Roberto Jorge Haddock Lobo, do Partido Conservador. Ao mesmo tempo, Bezerra de Menezes já se notabilizara pela atuação profissional e pelo trabalho voltado à população carente. Desse modo, em 1860, em uma reunião política, alguns amigos levantaram a candidatura de Bezerra de Menezes, pelo Partido Liberal, como representante da paróquia de São Cristóvão, onde então residia, à Câmara. Ciente da indicação, Bezerra recusou-a inicialmente, mas, por insistência, acabou se comprometendo apenas em não fazer uma declaração pública de recusa dos votos que lhe fossem outorgados.

Abertas as urnas e apurados os votos, Bezerra fora eleito. Os seus adversários, liderados por Haddock Lobo, impugnaram a posse sob o argumento de que militares de Segunda Classe não podiam exercer o cargo de Vereador. Desse modo, para apoiar o Partido, que necessitava dele para obter a maioria na Câmara, decidiu requerer exoneração do Corpo de Saúde (26 de março de 1861). Desfeito o impedimento, foi empossado no mesmo ano.

Foi reeleito vereador da Câmara Municipal do Município Neutro para o período de 1864 a 1868.

Foi eleito deputado Provincial pelo Rio de Janeiro em 1866, apesar da oposição do então primeiro-ministro Zacarias de Góis e dos chefes liberais - senador Bernardo de Sousa Franco (visconde de Sousa Franco) e deputado Francisco Otaviano de Almeida Rosa. Empossado em 1867, a Câmara dos Deputados foi dissolvida no ano seguinte (1868), devido à ascensão do Partido Conservador.

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Retornou à política como vereador no período de 1873 a 1885, ocupando várias vezes as funções de presidente interino da Câmara Municipal, efetivando-se em julho de 1878, cargo que corresponderia atualmente ao de Prefeito.

Foi eleito deputado geral pela Província do Rio de Janeiro no período de 1877 a 1885, ano em que encerrou a sua carreira política. Neste período acumulou o exercício da presidência da Câmara e do Poder Executivo Municipal. Em sua atuação como deputado, destacam-se algumas iniciativas pioneiras: buscou, através de projeto de lei, regulamentar o trabalho doméstico, visando conceder a essa categoria, inclusive, o aviso prévio de 30 dias; denunciou os perigos da poluição que já naquela época afetava a população do Rio de Janeiro, promovendo providências para combatê-la. Foi membro, a partir de 1882, das Comissões de Obras Públicas, Redação e Orçamento.

Foi sócio fundador da Companhia Estrada de Ferro Macaé e Campos (1870). Empenhou-se na construção da Estrada de Ferro Santo Antônio de Pádua, pretendendo estendê-la até ao rio Doce, projeto que não conseguiu concretizar (c. 1872).Foi um dos diretores da Companhia Arquitetônica de Vila Isabel, fundada em Outubro de 1873 por João Batista Viana Drummond (depois barão de Drummond) para empreender a urbanização do bairro de Vila Isabel. Em 1875, foi presidente da Companhia Ferro-Carril de São Cristóvão, período em que os trilhos da empresa alcançavam os bairros do Caju e da Tijuca

Durante a campanha abolicionista publicou o ensaio "A escravidão no Brasil e as medidas que convém tomar para extingui-la sem dano para a Nação" (1869), onde não só defende a liberdade aos escravos, mas também a inserção e adaptação dos mesmos na sociedade por meio da educação. Nesta obra, Bezerra se auto-intitula um liberal, e propõe que se imitasse os ingleses, que na época já haviam abolido a escravidão de seus domínios.

Expôs os problemas de sua região natal em outro ensaio publicado, "Breves considerações sobre as secas do Norte" (1877). Alguns indicam que foi autor de biografias sobre o visconde do Uruguai e o visconde de Caravelas, personalidades ilustres do Império do Brasil. Foi redator d'A Reforma, órgão liberal no Município Neutro, e, de 1869 a 1870, redator do jornal Sentinela da Liberdade.Escreveu também outras obras, como "A Casa Assombrada", "A Loucura sob Novo Prisma", "A Doutrina Espírita como Filosofia Teogônica", "Casamento e Mortalha", "Pérola Negra", "Lázaro, o Leproso", "Os Carneiros de Panúrgio", "História de um Sonho" e "Evangelho do Futuro".

Sabe-se que Bezerra de Menezes era fluente em pelo menos três línguas além do português: latim, espanhol e francês.

Bezerra de Menezes, conhecido também como O Kardec Brasileiro e O Médico dos Pobres

Conheceu a Doutrina Espírita quando do lançamento da tradução em língua portuguesa de O Livro dos Espíritos (sem data, em 1875), através de um exemplar que lhe foi oferecido com dedicatória pelo seu tradutor, o também médico Dr. Joaquim Carlos Travassos.Sobre o contato com a obra, o próprio Bezerra registrou posteriormente:"Deu-mo na cidade e eu morava na Tijuca, a uma hora de viagem de bonde. Embarquei com o livro e, como não tinha distração para a longa viagem, disse comigo: ora, Deus! Não hei de ir para o inferno por ler isto… Depois, é ridículo confessar-me ignorante desta filosofia, quando tenho estudado todas as escolas filosóficas. Pensando assim, abri o livro e prendi-me a ele, como acontecera com a Bíblia. Lia. Mas não encontrava nada que fosse novo para meu Espírito. Entretanto, tudo aquilo era novo para mim!… Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no 'O Livro dos Espíritos'. Preocupei-me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente, ou, mesmo como se diz vulgarmente, de nascença."

Contribuiu para a sua adesão o contato com as "curas extraordinárias" obtidas pelo médium João Gonçalves do Nascimento (1844-1916),em 1882.

Com o lançamento do periódico Reformador, por Augusto Elias da Silva em 1883, passou a colaborar com a redação de artigos doutrinários.

Após estudar por alguns anos as obras de Allan Kardec, em 16 de agosto de 1886, aos cinquenta e cinco anos de idade, perante grande público (estimado, conforme os seus biógrafos, entre mil e quinhentas e duas mil pessoas) no salão de conferências da Guarda Velha, no Rio de Janeiro, em longa alocução, justificou a sua opção em abraçar o Espiritismo.O evento chegou a ser referido em nota publicada pelo "O Paiz".

No ano seguinte, a pedido da Comissão de Propaganda do Centro da União Espírita do Brasil, inicia a publicação de uma série de artigos sobre a Doutrina em O Paiz,periódico de maior circulação da época. Na seção intitulada "Spiritismo - Estudos Philosophicos", os artigos saíram regularmente aos domingos, no período de 23 de outubro de 1887 a dezembro de 1893, assinados sob o pseudônimo "Max".

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Na década de 1880 o incipiente movimento espírita na capital (e no país) estava marcado pela dispersão de seus adeptos e das entidades em que se reuniam. Já havia também uma clara divisão entre dois "grupos" de espíritas: os que aceitavam o Espiritismo em seu aspecto religioso (maior grupo, o qual se incluía Bezerra) e os que não aceitavam o Espiritismo nesse aspecto.

Em 1889, Bezerra foi percebido como o único capaz de superar as divisões, vindo a ser eleito presidente da Federação Espírita Brasileira. Nesse período, iniciou o estudo sistemático de "O Livro dos Espíritos" nas reuniões públicas das sextas-feiras, passando a redigir o Reformador; exerceu ainda a tarefa de doutrinador de espíritos obsessores. Organizou e presidiu um Congresso Espírita Nacional (Rio de Janeiro, 14 de abril), com a presença de 34 delegações de instituições de diversos estados.Assumiu a presidência do Centro da União Espírita do Brasil a 21 de abril e, a 22 de dezembro de 1890, oficiou ao então presidente da República, marechal Deodoro da Fonseca, em defesa dos direitos e da liberdade dos espíritas contra certos artigos do Código Penal Brasileiro de 1890.

De 1890 a 1891 foi vice-presidente da FEB na gestão de Francisco de Menezes Dias da Cruz, época em que traduziu o livro "Obras Póstumas" de Allan Kardec, publicado em 1892. Em fins de 1891, registravam-se importantes divergências internas entre os espíritas e fortes ataques exteriores ao movimento. Bezerra de Menezes afastou-se por algum tempo, continuando a frequentar as reuniões do Grupo Ismael e a redação dos artigos semanais em "O Paiz", que encerrou ao final de 1893.Aprofundando-se as discórdias na instituição, foi convidado em 1895 a reassumir a presidência da FEB (eleito em 3 de Agosto desse ano), função que exerceu até à data de seu falecimento. Nesta gestão iniciou o estudo semanal de "O Evangelho segundo o Espiritismo", fundou a primeira livraria espírita no país e ocorreu a vinculação da instituição ao Grupo Ismael e à Assistência aos Necessitados.

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Foi em meio a grandes dificuldades financeiras que um acidente vascular cerebral o acometeu, vindo ele a falecer na manhã de 11 de abril de 1900. , depois de meses acamado. Não faltaram aqueles, pobres e ricos, que socorreram a família, liderados pelo Senador Quintino Bocaiúva. No dia seguinte, na primeira página de "O Pais", foi lhe dedicado um longo necrológio, chamando-o de "eminente brasileiro". Recebeu ainda homenagem da Câmara Municipal do então Distrito Federal pela conduta e pelos serviços dignos.

Pela atuação destacada no movimento espírita da capital brasileira no último quartel do século XIX, Bezerra de Menezes foi considerado um modelo para muitos adeptos da Doutrina. Destacam-lhe a índole caridosa, a perseverança, e a disposição amorosa para superar os desafios. Essas características, somadas à sua militância na divulgação e na reestruturação do movimento espírita no país, fizeram com que fosse considerado o "Kardec Brasileiro", numa homenagem devida ao papel de relevância que desempenhou. Muitos seguidores acreditam, ainda, que Bezerra de Menezes continua, em espírito, a orientar e influenciar o movimento espírita. É considerado patrono de centenas de instituições espíritas em todo o mundo.





quarta-feira, 26 de abril de 2017

Transgênicos, Clonagem e Genética à Luz do Espiritismo

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Será contrário à lei da Natureza o aperfeiçoamento das raças animais e vegetais pela Ciência? Seria mais conforme a essa lei deixar que as coisas seguissem seu curso normal?

“Tudo se deve fazer para chegar à perfeição e o próprio homem é um instrumento de que Deus se serve para atingir seus fins. S endo a perfeição a meta para que tende a Natureza, favorecer essa perfeição é corresponder às vistas de Deus.”

a) _ Mas, geralmente, os esforços que o homem emprega para conseguir a melhoria das raças nascem de um sentimento pessoal e não objetivam senão o acréscimo de seus gozos. Isto não lhe diminui o mérito?

“Que importa seja nulo o seu merecimento, desde que o progresso se realize? Cabe-lhe tornar meritório, pela intenção, o seu trabalho. Demais, mediante esse trabalho, ele exercita e desenvolve a inteligência e sob este aspecto é que maior proveito tira.” (LE, Q. 692).

Nas últimas décadas a Humanidade acompanhou atônita os inúmeros progressos realizados no campo da Genética e suas conseqüentes aplicações em vários departamentos da vida no Planeta. A Genética é o “ramo da Biologia que estuda as leis da transmissão dos caracteres hereditários nos indivíduos, e as propriedades das partículas que asseguram essa transmissão” . Tais partículas são os cromossomos (em número de 46 na espécie humana), constituídos de genes (estima-se que existem mais de 100 milhões, no homem), que por sua vez são estruturados a partir de moléculas orgânicas (proteínas), formadas de átomos (principalmente Carbono, Hidrogênio e Oxigênio).

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Palavras como “gene”, “mutação genética”, “clonagem”, “alimentos transgênicos”, “Engenharia Genética”, “Biotecnologia”, dentre outras, antes restritas aos ambientes acadêmicos ou de pesquisa científica, ganharam domínio público, apesar de nem sempre seus empregos denotarem conhecimento acerca de seus significados. Nunca se avançou tanto na compreensão e capacidade de manipulação dos mecanismos responsáveis pela organização dos seres vivos no Planeta… Juntamente com o domínio do conhecimento advindo com a Genética, hoje é possível a clonagem de animais (geração de uma cópia a partir de uma célula adulta do animal), obtenção de espécies vegetais mais nutritivas ou resistentes a determinadas pragas e doenças, melhoramento genético de animais a fim de obter indivíduos com determinadas características (frango com mais carne no peito ou “chester”, espécies bovinas precoces, etc.), para citar apenas algumas conquistas, sendo previstas para os próximos anos o completo seqüenciamento dos genes humanos (Projeto Genoma), e a cura para inúmeras doenças de cunho hereditário, ou genético.

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Frente a este “Admirável Mundo Novo” que nos é descortinado pelo saber, o que a Doutrina Espírita tem a nos falar? Lembremos que não é tarefa do Espiritismo competir com as ciências humanas, mas, sendo este uma síntese do conhecimento moral humano, compete-lhe promover uma reflexão acerca dos acontecimentos que nos rodeiam e também acerca dos rumos do futuro. A função do Espiritismo é dar suportes para uma análise crítica dos fatos que nos são apresentados no dia a dia pela mídia e realizar um debate acerca das suas conseqüências éticas e morais.

Através da pergunta de O Livro dos Espíritos que transcrevemos no início deste artigo, percebemos facilmente que compete ao ser humano auxiliar na Obra da Criação, agindo como Co-Criador em plano menor, na feliz expressão de André Luiz . A fim de assumir as futuras funções de “mensageiros e ministros de Deus, cujas ordens executam para manutenção da harmonia universal” (LE, Q. 113), entendendo que tais funções envolvem a criação contínua, manutenção e aprimoramento da vida, nos planos material e espiritual e que são executadas pelos Espíritos Puros, necessitamos ensaiar em etapas anteriores, através de funções mais simples, as futuras responsabilidades que nos serão apresentadas. Obviamente, que o aprendizado é paulatino (e envolve além do conhecimento, o aprimoramento moral) e há uma grande distância entre o nosso estágio atual e o futuro estágio de Espíritos Puros que inevitavelmente alcançaremos, já que o único determinismo que existe no Universo, segundo a visão espírita, é o da Perfeição, que estamos todos destinados, afinal, “todos se tornarão perfeitos” (LE, Q. 116).

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Realizando uma análise na História da Humanidade percebemos que percorremos algumas etapas distintas, com relação à nossa capacidade de influir no aperfeiçoamento do Planeta:

1a Fase _ Observação: O homem era um espectador da Natureza e era completamente submisso aos seus fenômenos; por não compreendê-los, temia-os. Corresponde às etapas iniciais da Espécie Humana, quando esta se limitava a caçar, colher frutos, escolher uma boa caverna para morar, etc.

2a Fase _ Manipulação da Matéria Grosseira: Através do aprendizado efetuado na etapa anterior, da observação, o Homem começa a manipular o solo para construir moradias mais confortáveis; manipula os metais, através da metalurgia, para construir utensílios e armas; manipula as reações químicas para produzir inúmeros produtos químicos. Esta fase vai do domínio do Fogo, até o domínio das forças atômicas, pela desintegração nuclear, limite da matéria, nos moldes que a percebemos.

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3a Fase _ Manipulação da Vida Orgânica: Estaríamos vivendo os primórdios desta era, na qual aprenderemos a manipular os segredos da vida orgânica no Planeta. Com o aprendizado realizado nas etapas anteriores, agora o ser humano se ensaia para criar corpos. Veja que não estamos falando de criar a vida, pois a manipulação da vida orgânica envolveria apenas os corpos e não os espíritos. 

Segundo a Doutrina Espírita, a vida no planeta se dá pela interação entre o elemento espiritual (espírito) e o material (corpo físico). Nesta 3a Fase, o homem estaria aprendendo a manipular apenas um dos componentes da vida, ou seja, aquele que pertence à matéria. Talvez pertencerá a etapas futuras, o aprendizado acerca das origens do elemento espiritual!

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Paralela aos desenvolvimentos científicos, há uma discussão ética que necessita ser feita, e perpassa por questões tais como: Quais os interesses econômicos que estão impulsionando os recentes avanços? Que será feito do conhecimento advindo com estes avanços? Este conhecimento estará a serviço da melhoria das condições de vida no Planeta para todos, ou disponível apenas a uma pequena parcela? Quais as ideologias presentes em todos estes avanços? Pensamos que perguntas acerca das finalidades dos avanços, do egoísmo (ou outras paixões) presente naqueles que querem o conhecimento para aumentar seus gozos, dentre outras, estão já respondidas na Questão 692 de O Livro dos Espíritos.


Percebemos assim que a Doutrina Espírita, apesar de codificada em uma época na qual a Genética ainda nem existia (as Leis de Mendel, consideradas o marco inicial da Genética, foram publicadas em 1866), permanece atual na sua tarefa de esclarecer, instruir e consolar o Homen, mostrando sempre a capacidade de responder novas questões que vão surgindo com os avanços da ciência humana, que ainda é um pálido reflexo da Ciência Divina.

Referências Bibliográficas:

KARDEC, ALLAN. O Livro dos Espíritos. Questão no. 692. 67a Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1987.

FERREIRA, AURÉLIO BUARQUE DE HOLANDA. Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1988.

LUIZ, ANDRÉ. Evolução em Dois Mundos. Psicografia de F. C. Xavier e Waldo Vieira. Pág. 23. 10a Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1987.

Adilson J. de Assis

segunda-feira, 17 de abril de 2017

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E book Colônias Espirituais 1ª Edição


EBOOK Colônias Espirituais 1ª Edição

Descrição:Existem inúmeras colônias espirituais espalhadas sobre nosso País, algumas são muito antigas.Estas cidades ou colônias espirituais tem uma estrutura muito próxima à estrutura de nossas cidades físicas.
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QUEM PODE APLICAR PASSES?

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Em princípio, qualquer pessoa saudável e de boa vontade em auxiliar pode aplicar passes.Não lhe faltará ajuda espiritual, porque, na falta de elemento mais eficiente, os espíritos utilizam toda aquele que, tendo saúde e razoável equilíbrio, se dispuser ao passe.Mas, para servir bem neste campo, de modo mais efetivo, é preciso que se cultive e mantenha algumas condições básicas, a saber:

1) FISICAMENTE - ter saúde e boa disposição.É indispensável que o passista cuide do físico, porque no passe há contribuição magnética pessoal, e do seu estado de saúde dependerão: a quantidade e qualidade dos fluidos que doará.
Devem abster-se de dar passes às pessoas com doenças graves, infecciosas, debilitantes, pois não está em condições de doar fluidos e os que estão enfermiços. Mas não são impedimentos para que se aplique passes as indisposições ligeiras ou estados crônicos não debilitantes nem contagiosos (Ex. dor de cabeça,bronquite, alergia).
Os cuidados do passista com o físico visarão principalmente:

* Higiene, para assegurar a própria saúde e a dos assistidos;

* Alimentação, que será sem excessos, adequada ao organismo, com alimentos que ofereçam maior concentração energética;· Abolir vícios, tais como o álcool, fumo, tóxicos, pois prejudicam o rendimento do passista, impregnam maleficamente os fluidos e servem de atração aos maus espíritos;

* Evitar atividades esgotantes e excessos desnecessários a fim de manter suas reservas de energia vital em condições de servir.
2) Espiritualmente - cultivar as virtudes e manter conduta cristã.É indispensável que o passista se cuide espiritualmente, para que produza fluídos bons e não altere prejudicialmente os que recebem dos bons Espíritos.Os cuidados do passista, quanto ao espírito, visarão, principalmente:
* O sentimento fraterno, o sincero desejo de ajudar ao próximo;
* A fé, em si mesmo, na ajuda e poder divinos, na possibilidade de beneficiar com o passe;
* A reforma íntima, buscando sempre se aperfeiçoar moralmente* O equilíbrio emocional, para não se desgastar nem perturbar por mágoas excessivas, paixões, ressentimentos, inquietudes, temores, nervosismo...
* Abster-se de aplicar passes, quando em desequilíbrio espiritual acentuado. Entretanto, não impedem que apliquemos passes àquelas alterações de ânimo que são comuns aos problemas e aflições da vida, porque isso tudo nos cumpre superar na oração e no desejo de servir;
* A perseverança no trabalho, para que os amigos espirituais possam confiar e contar com a pessoa para a tarefa.Procure o passista manter conduta cristã sempre, porque a necessidade de aplicar passe em alguém pode surgir a qualquer momento e deverá estar preparado.
3) Intelectualmente: ter conhecimentos específicos sobre o passe.
Portanto, não ficar só aguardando que lhe surja a qualidade de passista, como se ela fosse um acontecimento miraculoso e não um serviço do bem, que pede do candidato o esforço voluntário e laborioso do começo.Convém procurar conhecer com o que está lidando e para quê e também para poder oferecer maiores condições ao espírito magnetizador que quiser nos assistir, inclusive recebendo melhor as sugestões.
É aconselhável aos passistas fazer estudos relacionados aos passes, curas e radiações espirituais, inclusive sobre centros de força, a técnica de aplicação do passe, preparo do ambiente e do assistido.Ausência de estudo significa estagnação, em qualquer setor de trabalho.
PREPARANDO - SE PARA O PASSE 

Para o melhor resultado da emissão e recepção dos fluidos, passita e receptor precisam estar convenientemente preparados.
O Preparo do receptor
Pelo seu estado mental e emotivo. o receptor enfermo ou sofredor poderá ter, em relação ao passe, um estado receptivo, repulsivo ou neutro.O ideal é que esteja receptivo, pois o passe será tanto mais eficiente quanto mais intensa a adesão da vontade do paciente ao influxo recebido.
Por isso, o passista, antes de aplicar o passe, deve procurar estabelecer com o receptor a simpatia possível, animando-o e interessando-o nas coisas espirituais.

Orientará, em síntese, sobre o seguinte:
- os fluidos existem e as leis divinas permitem que trabalhemos com eles para aliviar e curar os nossos males;
- é preciso ter fé, não como mera atitude mística, mas sim como força atrativa e fixadora das energias benéficas ;fé + recolhimento + respeito = receptividade; ironia + descrença + dureza de coração = refratariedade
- deve orar, silenciosamente, enquanto recebe o passe, para acolher e assimilar bem as energias que lhe forem transmitidas;
- o passe sempre beneficia, mas o grau dos resultados se fará de acordo com a fé, merecimento ou necessidade.O preparo de quem vai receber o passe é um pouco diferente no Centro e nos Lares, no Centro, onde são muitas as pessoas a serem assistidas, as informações costumam ser dadas de modo coletivo e o passista não conversa antes com o receptor.
Vide orientação nas aulas; "Passes no Centro e fora dele".
O preparo do passista será feito através de:
1)Concentração
Para tudo que vamos fazer, precisamos primeiro nos concentrar, centralizar a atenção no que vamos fazer.No caso do passe, quem o vai transmitir deve firmar o pensamento na atividade espiritual que irá desenvolver, no bem que deseja fazer ao assistido e no campo que pretende obter do Mundo Maior para essa realização.
2) Oração
“A oração é prodigioso banho de forças, tal a vigorosa corrente mental que atrai”. (André Luiz, Cap.17 Serviço de Passes, "Nos Domínios da Mediunidade") Orando, o passista consegue:
* Expulsar do próprio mundo interior os sombrios remanescentes da atividade comum da luta diária;
* Sorver do plano espiritual superior as substâncias renovadoras para, depois, operar com eficiência em favor do próximo;
* Atrair a simpatia de veneráveis magnetizadores do plano espiritual. André Luiz, no Cap. XVII, Serviço de Passes, em Nos Domínios da Mediunidade, mostra-nos Clara e Henrique meditando e orando para, em seguida, aplicarem passes nos necessitados.
Fica evidente, pois, que não há necessidade alguma de o passista receber passe antes do trabalho a fim de estar em condições de aplicar passes.
Isto se não houver relegado seus deveres a esfera secundária, porque:

* A oração precipitada, com que muitos tentam atrair vibrações salutares, no ato da assistência, raramente consegue criar um clima psíquico no agente ou no assistido que seja favorável ao êxito do empreendimento;

* A simples imposição de mãos, com o conseqüente apelo às Potências Sublimes, não quer significar condição preponderante.

A Posição do Receptor e do Passista 


O receptor fica sentado por ser para ele uma posição confortável e segura. 
O passista geralmente fica de pé, para ter maior facilidade de movimentos, durante a aplicação do passe; mas, também poderá estar sentado.
O passista estará frente ao assistido desde o momento em que se concentra e se aproximar dele no momento exato da efetiva aplicação do passe.

OBSERVAÇÕES 

Deve - se ou não cruzar braços e pernas?
Wenefledo de Toledo em "Passes e Curas Espirituais", diz que ao nos concentrarmos ou nos colocarmos em "estado receptivo" não devemos cruzar pernas ou braços porque isso interrompe a marcha das correntes fluídicas. 

De nossa parte, porém, o que podemos dizer é que o corpo fica mais bem acomodado e a circulação se faz livre e perfeitamente, sem os braços e pernas cruzados.

É preciso retirar certos objetos que o assistido ou passista portem?
Não há necessidade de passistas ou assistidos retirem sapatos, relógio, aliança, níqueis ou outros objetos metálicos que tragam consigo, a não ser que possam incomodar ou distrair a atenção durante o trabalho (ex: pulseiras ou colares que fiquem tilintando ou que atrapalhem os movimentos).

Também não é necessário tirar o maço de cigarros do bolso ou da bolsa, pois o problema não, e a presença do cigarro, mas a presença do vício e a responsabilidade do que causa à saúde do passista, e na impregnação de seus fluidos e na atração das companhias espirituais. 

O COMEÇO DA APLICAÇÃO DO PASSE 

O passe, propriamente dito, começa com o estabelecimento do contato espiritual do passista com o receptor e a imposição das mãos.
1) O Contato Espiritual com o Receptor
Contato espiritual é o processo pelo qual o passista estabelece ligação mental e fluídica com o receptor, seja com este presente ou a distância.
Às vezes, isso é conseguido em poucos instantes de concentração contínua, de outras vezes e por causas que nem sempre podemos conhecer, leva mais tempo.
Sinais que denunciam o contato estabelecido.Não são obrigatórios e nem sempre se apresentam, mas podem ser assim.

NO PASSISTA 

Impressão física causada pelos fluidos que começam a envolvê-lo, por qualquer parte do corpo (pernas, braços, cabeça, face, laterais do corpo).
Sinais materiais, como formigamento da pele, dos pés, mãos; ondas de calor ou então palidez, por causa de alterações na circulação sanguínea devido a possível influenciação dos espíritos.Nada disso, porém, se ocorrer, causará qualquer mal efetivo a um passista bem preparado, que sabe reagir adequadamente ao que ocorre.
NO RECEPTOR
Os mesmos sintomas podem ocorrer e ainda crises de choro por estarem bastante emocionados com o ambiente que os recebe.O passista deverá estar habilitado a reconhecer esses estados e, prontamente, evitar conseqüências desagradáveis.Desde que se aproxima do receptor para o passe o passista começa a penetrar no ambiente espiritual do assistido. Mas é ao impor as mãos que esse contato perispiritual se acentua.
2) A Imposição das Mãos
É o ato de o passista colocar as mãos acima da cabeça do assistido.Geralmente é feito com as mãos espalmadas, dedo levemente separado uns dos outros, sem contração muscular. É nesse movimento e postura que os fluidos serão conduzidos e dispensados.
O fluido vital (por ser elemento de natureza mais material do que espiritual) circula como uma verdadeira força nervosa por todo o nosso sistema nervoso e se escapa pelas extremidades das mãos, especialmente.Força de natureza eletromagnética, ele modifica o campo vibratório do assistido, transmitindo-lhe novas energias.
DURANTE A APLICAÇÃO DO PASSE 

Enquanto aplica o passe, o passista deve manter a seguinte disposição e atitude:
1) Intimamente
Confiança e desejo de ajudar, tudo condicionada à vontade de Deus. Ou seja: FÉ, AMOR e HUMILDADE.
Para uma disposição íntima assim, o "amparo divino é seguro e imediato".
Serenidade, para poder registrar, através da intuição, a orientação espiritual para o passe que estiver aplicando.
Mentalização de recuperação do assistido que está sob a ação dos mensageiros do Alto; porque receber, transmitir e fixar energias são funções exclusivas da mente.Substituir a curiosidade (que alguma enfermidade física ou espiritual possa causar) pelo amor fraternal, ou não haverá êxito.


2) Externamente a fórmula do passe não importa. Poderá obedecer à fórmula que maior confiança
ofereça a quem o aplica como a quem o recebe(Pergunta 99 do "O Consolador" de Emmanuel).
Mas o passe deverá sempre ser ministrado de modo silencioso, com simplicidade e naturalidade.
(item 54, Cap. VI de "Obras Póstumas" de Allan Kardec).
"Lembrar-se de que na aplicação do passe não se faz preciso a gesticulação violenta, a respiração ofegante ou o bocejo contínuo, e de que não há necessidade de tocar o assistido. A transmissão do passe dispensa qualquer recurso espetacular". (André Luiz, Cap. 28 de "Conduta Espírita").
Evitar, portanto, gestos cabalísticos, esfregar as mãos, estalar os dedos, mímicas, tremores, suspiros, assopros, gemidos.
Quanto ao toque no assistido, normalmente o passe espírita é feito sem tocar o enfermo. No Centro Espírita, especialmente, deve-se evitar tocar o assistidos, porque, além do toque ser desnecessário, na quase totalidade dos casos que atendemos:

_ muitos desconhecem o Espiritismo e assistidos ou acompanhantes vêem com estranheza e suspeita o toque pessoal;
_ somos criaturas ainda imperfeitas e o toque físico pode desviar-nos da elevação de pensamento necessária ao passe. Portanto, prevenindo males maiores e salvaguardando o trabalhador do passe e a casa espírita de quaisquer prejuízos ou suspeita, recomenda-se a aplicação do passe sem qualquer toque no receptor.

Reflexos
Na execução de sua tarefa, o passista pode, algumas vezes, experimentar sensações relacionadas com o problema do assistido.
Como está imbuído do desejo de ajudar o semelhante, é compreensível que se sintonize com ele, a ponto de experimentar reflexos dos seus padecimentos. Toda tarefa de assistência pede abnegação. Mas o passista dispõe de recursos para eliminar os reflexos e poderá abreviar tal providência, tendo a mente voltada para a prece e a perseverança no bem. 
Nos passes em pessoas sob a atuação de espíritos em desequilíbrio, o passista poderá registrar reflexos negativos desde a hora em que se dispõe a ajudar, podendo perdurar ainda depois do passe. É compreensível que os espíritos envolvidos na trama obsessiva, conhecendo-lhe a disposição de colaborar, pretendam arrefecer-lhe o ânimo, afastando-o do caminho do enfermo. Fé, perseverança no trabalho são a melhor medida para a superação desses obstáculos. E não nos esqueçamos de que a proteção espiritual é constante.

Exaustão
O passista, como mero instrumento que, através da prece, recebe para dar, não precisa "jamais temer a exaustão das forças magnéticas" (André Luiz, Cap. 28 de "Conduta Espírita").
Portanto, desde que haja imperiosa necessidade, o passista poderá aplicar tantos passes quantos forem precisos, confiante no inesgotável manancial da infinita misericórdia de Deus.
Mas poderá sentir cansaço físico ou mental por estar aplicando passes em muitas pessoas e por muito tempo.
Cabe ao passista, mesmo reconhecendo ser um simples intermediário, poupar suas reservas energéticas evitando excessos desnecessários ou mau uso, e buscará os meios naturais que o auxiliem na mais rápida recuperação (oração, repouso, alimentação).
Desse modo ajudará o esforço da espiritualidade em seu favor.

FINALIZANDO O PASSE 


Resultados do Passe
Não obstante a ajuda dos bons Espíritos, o resultado do passe dependerá das condições do passista e do receptor.
Tendo recebido o passe, alguns enfermos se sentem curados, outros acusam melhoras, outros permanecem impermeáveis ao serviço de auxílio.Classificando o resultado do passe, daremos que ele pode ser: Benéfico, quando:
# o passista está em condições físicas e espirituais para transmiti-lo.
# e quem recebe está receptivo.
São sempre benéficos os resultados de um passe alicerçado na oração e na sinceridade de propósitos.
Porém, podem parecer mais ou menos expressivos, porque há a considerar as necessidades evolutivas e provacionais do assistido. Às vezes, a ajuda do passe pode se traduzir em melhor disposição mental, em confiança e resignação. Mesmo bom, o resultado do passe será passageiro, não se fixará em definitivo, se a pessoa não mantiver conduta cristã aconselhável.
Maléfico, quando
:# o passista está despreparado física e espiritualmente e emite fluídos grosseiros/perturbadores em direção ao assistido
# o assistido, também despreparado, não sabe ou não pode fazer frente à carga fluídica que recebe do passista.

Não sofrerá prejuízo o assistido que:
# acionar seu próprio potencial fluídico para repelir, neutralizar ou modificar os maus fluidos que lhe foram endereçados
# merecer a interferência de bons Espíritos em seu favor.
* Nulo, quando o assistido, embora receba boa ajuda do passista, se mantém impermeável (descrença, leviandade, aversão).Neste caso, as energias não absorvidas pelo assistido se combinam com os fluidos ambientes e ficam, assim, de patrimônio geral, até serem canalizadas ou atraídas para quem lhes ofereça receptividade.
Atitude do Passista diante bons resultados alcançados no passe:
Qualquer que seja a sua modalidade, o passe, em última análise, procede de Deus, sendo o passista um instrumento de Sua vontade.
Como intermediário dessa vontade, entregue o passista ao Plano Superior a condução do seu trabalho, com naturalidade e humildade evitando
# "contemplar" excessivamente os bons resultados alcançados - é porta aberta à vaidade# falar sempre dos benefícios que tem proporcionado com seus passes - é ostentação orgulhosa
# ficar curioso ou aflito por resultados nos passes - semeamos o bem, mas a germinação, desenvolvimento, flor e fruto dele pertencem a Deus.
Certo é, porém, que haverá sempre uma recompensa natural para quem se doa no passe. 
Dando, recebemos; e geralmente recebemos bem mais do que damos, porque Deus é muito generoso.

PRECE FINAL 

Quer tenham sido amplos ou reduzidos os resultados do passe, nele tivemos a oportunidade de servir, em nome de Jesus, com a permissão divina e a ajuda dos bons espíritos. Cumpre-nos, pois, agradecer numa oração, pelo que nos foi dado realizar.
Dados Extraído do livro "Fluidos e Passes", de Therezinha de Oliveira