domingo, 8 de novembro de 2015

A Influência Maior


No livro "Libertação", psicografia de Francisco Cândido Xavier, o Espírito André Luiz reporta-se à experiência de uma senhora perseguida por dois obsessores que tinham duplo propósito:

Comprometer sua tarefa como médium e conturbar o trabalho de seu marido, dedicado dirigente espírita.

Exploravam-lhe as vacilações, incutindo-lhe a convicção de que as manifestações que transmitia eram fruto de sua própria mente.

Ao mesmo tempo atiçavam nela tendências ao ciúme, sugerindo que o marido usava sua posição para seduzir mulheres.

Eles entravam em contato com ela durante as horas de sono, quando as criaturas humanas experimentam o que Allan Kardec define como "emancipação da Alma".

Enquanto nosso corpo dorme, transitamos pelo Além, em contato com Espíritos que guardam afinidade conosco.

O marido, homem disciplinado e esclarecido, amigo das virtudes evangélicas, afasta-se do veículo físico e desenvolve atividades de aprendizado e trabalho, junto de benfeitores espirituais.

A esposa, imatura, frágil em suas convicções e dominada por impulsos exclusivistas, é presa fácil das sombras. Os obsessores conversam com ela, confundindo-a em relação ao seus compromissos mediúnicos e à fidelidade do marido.

Ao despertar, aquelas "orientações" repercutem em seu psiquismo, inspirando-lhe desânimo e indignação.

André Luiz presencia uma dessas sessões de aliciamento para a perturbação e registra o deplorável estado da médium ao despertar.

"Oh! Como sou infeliz! - bradou, angustiada - estou sozinha, sozinha!"

O marido, inspirado por benfeitor espiritual, tem imenso trabalho para pacificá-la.



Esse episódio oferece-nos uma visão mais ampla do "modus faciendi", a maneira de agir dos obsessores.

Geralmente imaginamos esses amigos da desordem colados às vítimas. Quais inarredáveis mastins a lhes morderem os calcanhares, exacerbam suas dúvidas, exploram suas mazelas, com o propósito de aprisioná-las na perturbação.

Não é bem assim.

A influência maior ocorre durante o sono.

Sem a proteção da armadura de carne que inibe as percepções espirituais das criaturas humanas, os obsessores conversam à vontade com elas.

Apresentando-se, não raro, como "amigos" e "protetores", conquistam sua confiança. Como se programassem sua mente, incutem-lhes idéias infelizes que martelarão seu cérebro durante a vigília, emergindo na forma de dúvidas, temores, angústias, impulsos desajustados e depressão.



Seria equívoco situar as horas de sono como páginas em branco na existência humana.

São páginas escritas com tinta invisível, tão importantes quanto aquelas que escrevemos na vigília, com insuspeitada e ampla influência sobre nossos estados de ânimo, nossas idéias e sentimentos.



Imperioso, portanto, que não durmamos espiritualmente, enquanto acordados fisicamente.

Proclama a sabedoria popular:



"Díze-me com quem andas e te direi quem és"



Algo semelhante podemos dizer em relação ao trânsito no Além durante as horas de sono:



“Dize-me como és e te direi com quem andas”

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